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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dançando com o Capeta (04/06/2010)

Hoje vou contar um pouco das minhas aventuras no mundo terreno, onde vocês, pecadores, vivem suas curtas vidas.


Já passei por várias cidades do planeta, das mais conhecidas às mais esquecidas, conheci pessoas diferentes, costumes diferentes, crenças diferentes, e até, quem diria, pecados diferentes. Viajando e aprendendo cada vez mais sobre os humanos, começei a conhecer mais sobre a criação do que seu próprio Criador a conhecia. Presenciei grandes guerras, grandes conflitos e históricas revoluções. Acompanhei vidas que se perderam e amores que se acharam. O mundo todo passou a caber na palma de minha mão, e cada vez mais eu consegui desvendar os mistérios da alma humana.

Mas, durante estas minhas jornadas, é óbvio que eu aproveitei e me diverti com os habitantes das diferentes regiões que eu visitava. Claro, sempre com discrição, para manter o anonimato. Na antiguidade, das mais notáveis aventuras, posso citar os fartos banquetes na Grécia, e as luxuosas orgias em Roma. O clima mediterrâneo me agrada, e claro... as mulheres de lá também. Durante a Idade Média, participei de várias danças de rodas, tanto com os camponeses quanto com os nobres, e vou lhes contar uma coisa: as rodas camponesas sempre eram muito mais alegres, eu dançava muito mais. Não havia problema em ser feliz, e claro, nem em pecar.

Mas foi em uma das minhas visitas mais recentes às Américas que por um descuido meu, eu praticamente acabei com a festa.

Era uma noite fria no hemisfério sul, e decidi esquentar um pouco as coisas. Procurei por diferentes locais, buscando achar algo que me agradasse, algo que me atraísse, e foi em uma pequena cidade em Minas Gerais, no Brasil, que eu finalmente achei o que estava procurando: Venda Nova. O cheiro perfumado das mulheres pairava no ar como uma névoa, o que me agradou bastante. Observei de longe o movimento das pessoas, todos com sede de provar novas sensações, novos sabores, novos pecados. Após observar mais um pouco as belas donzelas que adentravam no edifício, decidi adentrar no recinto e observar de perto o que estava acontecendo.

Um pequeno corredor me levou a uma espécie de bar, onde uma música de ritmo animado tocava alto. Era só olhar ao redor que eu podia notar o desejo de pecar nos olhos de cada um. Era um lugar quase perfeito. No meio do ambiente, em uma espécie de pista de dança, várias pessoas dançavam ao ritmo do samba, e não demorei muito para mostrar meus talentos.

Ajeitei o chapéu e me direcionei à mais bela das mulheres que ali estava. Encostada em uma pilastra, seu vestido curto me convidava para uma aproximação mais quente, mais ousada. Seus longos cabelos negros deslizavam como seda pelos seus ombros nus. Cheguei mais perto, e já frente a frente com a donzela, olhei-a nos olhos fixamente. Seus lábios arderam em desejo. Tirei-a para dançar, e a noite passou como um piscar de olhos. Apesar de eu conhecer todos os ritmos musicais que a humanidade já criara, aquela donzela não ficava para trás. A cada passe ousado meu, ela acompanhava com leveza e sensualidade, como se dominasse perfeitamente, assim como eu, todos os ritmos que tocaram naquela noite. O samba foi apenas a entrada, na qual eu pude me apresentar melhor àquela bela mulher, mas foi quando o forró ecoou pelo salão que eu pude, finalmente, mostrar um pouco mais do que o Diabo sabe fazer. Enquanto dançávamos, a multidão se aglomerou à nossa volta, fazendo uma espécie de roda, e todos passaram a admirar como nossos corpos se moviam com leveza e rapidez, unidos como um só. Entretanto, quando os lábios da donzela, já rosados de desejo, estavam prontos para saciar sua sede nos meus, uma pessoa gritou.

Na mesma hora a música parou. Olhei em volta e percebi que todos os olhares se fixavam em mim. Eu havia deixado meu chapéu cair, deixando meus longos chifres à mostra. Os olhos apaixonados da mais bela mulher da noite agora estavam repletos de medo, e em poucos segundos o caos inundou o salão. Nem pude me despedir da donzela, e às pressas, tive que deixar o local. Com meu chapéu de volta à cabeça, me misturei à multidão e corri para a saída. Já fora do salão, quase a um quarteirão de distância, pude apenas observar o letreiro de um dos lugares em que eu mais havia me divertido: "Baile do Vilarinho".

É caro pecador... nem sempre se ganha...

Abraços abrasivos!

5 comentários:

  1. Ehhh capetao... nem sempre se ganha. Caso volte a andar por BH, procure o antro de perdição chamado Pé Descalço. Com certeza a chama do pecado estará bem acessa neste lugar.

    Encontre a jovenil Jovzna; ela será boa anfitriã para ti. Foi quem apresentaste-me teu blog.

    Dizem que ela domina o ritmo do forró; pena que rema como uma flamenguista. rs

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  2. PS: essa historia me lembrou a do Boto. rs

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  3. Hum... então a lenda do capeta do Vilarinho é verdadeira?
    Bem que eu já tinha ouvido falar nisso aí... agora que liguei os pontos.
    É capetão, não sabia que vc além de pé de cabra era pé de valsa... kkkkkkkk
    Depois quando quiser dançar um pouquinho, passa aqui em belo horizonte, siga o conselho do meu amigo aí em cima. Vai ser um prazer.

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  4. Eu sabia que alguém ligaria os fatos e chegaria à conclusão que me referi à lenda do "Capeta do Vilarinho", que, na verdade, de lenda não tem nada.
    Mas, vou seguir o conselho do seu amigo pecador Fê, que aliás, já é de casa.
    Quando eu estiver passando perto de vocês farei uma visita, mesmo que breve.
    Abraços abrasivos!

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  5. "Já é de casa" nada... sai fora, chifrudão. Nao kero ir pra i nem tao cedo!!! rs

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